Editora: Rocco
Ano: 2010
Sinopse:
Após o fim da América do Norte, uma nova nação
chamada Panem surge. Formada por doze distritos, é comandada com mão de ferro
pela Capital. Uma das formas com que demonstram seu poder sobre o resto do
carente país é com Jogos Vorazes, uma competição anual transmitida ao vivo pela
televisão, em que um garoto e uma garota de doze a dezoito anos de cada
distrito são selecionados e obrigados a lutar até a morte! Para evitar que sua
irmã seja a mais nova vítima do programa, Katniss se oferece para participar em
seu lugar. Vinda do empobrecido distrito 12, ela sabe como sobreviver em um
ambiente hostil. Peeta, um garoto que ajudou sua família no passado, também foi
selecionado. Caso vença, terá fama e fortuna. Se perder, morre. Mas para ganhar
a competição, será preciso muito mais do que habilidade. Até onde Katniss
estará disposta a ir para ser vitoriosa nos Jogos Vorazes?
Resenha
O livro do momento, impulsionado
pela recente adaptação cinematográfica, finalmente começa a chamar a atenção,
embora já tenha angariado uma considerável quantidade de fãs há muito tempo. As
críticas ao livro são unanimemente positivas desde o seu lançamento. Pouco
antes da estreia do filme (que já o vi), resolvi conferir as páginas que
despertaram boa impressão em milhares de leitores.
A primeira referência proeminente
ao se deparar com a sinopse de Jogos Vorazes é a extrema similitude com um
romance japonês — que ganhou uma versão cinematográfica, mais conhecida pelos
fãs aqui no Brasil, além de uma adaptação para mangá — do cultuado Battle
Royale. Eu não irei entrar em detalhes sobre a trama deste último, mas a
semelhança entre os dois livros, em termos de enredo, está na existência de um
reality show que reúne adolescentes num determinado lugar isolado para que se
matem até restar um único sobrevivente. Plágio? Felizmente não. Embora tenha provavelmente
bebido na fonte de Battle Royale, a autora conseguiu dar à ideia uma roupagem interessante,
de forma que do resultado final saiu algo crível e diferente do romance
japonês.
Uma distopia infanto-juvenil é
como considero Jogos Vorazes, temperada com um toque de obras clássicas de FC
como 1984 e Admirável Mundo Novo; mas tudo isso aos moldes do gênero de entretenimento para se
adequar ao público infanto-juvenil. Logo, não se engane, Jogos Vorazes tem seu
próprio rosto.
O livro é narrado por Katniss,
protagonista do livro, uma personagem com personalidade e forte em suas
decisões. Dificilmente o leitor não simpatiza com ela — eu pelo menos, em
nenhum momento desgostei da personagem. Ainda
que seja fácil inclinar a narração de uma garota adolescente para algo mais
coloquial, de linguagem fácil, a leitura é aprazível e nada enfadonha.
O universo de Jogos Vorazes é
curioso e demanda uma boa quantidade de páginas para revelar as informações de
contextualização. A autora soube muito bem quando e como encaixar novas
informações a respeito da história e seus personagens, tornando a leitura
natural e nenhum pouco pesada. É um ponto favorável, tendo em visto que muitas
histórias contam coisas desnecessárias sem efetivamente utilizar tais elementos.
Mesmo após a leitura do livro, não é difícil rememorar os detalhes da história.
Mas espero que as continuações mostrem mais a respeito dos demais distritos.
Cliffhanger, técnica com o
objetivo de finalizar um capítulo no momento clímax e impelir o leitor a ler o
seguinte imediatamente: artifício bastante utilizado em Jogos Vorazes. Cada
capítulo, finalizado num momento crucial para a protagonista, nos obriga a
virar a página para saber o que irá acontecer. Somando isso ao fato dos
capítulos serem relativamente curtos, é possível ler uma boa quantidade de
páginas — ou até mesmo o livro inteiro — sem
nem se dar conta. Só acho que esse “gancho”, tão movimentado nos finais
dos capítulos, deveria ter sido usado também para o final do livro, pois ao fim
da leitura não senti qualquer impulso ou desespero de ler Em Chamas,
continuação da série. Todavia, o interesse pelo segundo livro se dá no fato do
rumo que a história irá tomar, visto que a edição dos Jogos Vorazes terminou.
Como de praxe, recorrente em
livros de entretenimento, notei alguns erros de editoração. Ao que parece, um
maior zelo pela edição dos livros vale tanto para as obras nacionais quanto às
estrangeiras. Nem sei qual foi o último livro que peguei sem me deparar com visíveis errinhos de digitação.
O enredo tem uma estrutura interessante,
embora esteja se tornando muito comum no mercado, com a divisão da história em
partes, cada uma delas focada num determinado conflito. Em Jogos
Vorazes, a primeira parte conta a ida de Katniss para a Capital e sua
preparação para o início dos Jogos; a segunda foca-se nos primeiros momentos
dos Jogos — a melhor em minha opinião; e a terceira é centrada no final dos
Jogos com ênfase no romance da personagem. Essa característica adicionada aos
“ganchos” nos capítulos torna a estrutura do livro muito interessante.
A obra é categorizada como
infanto-juvenil, assim como Harry Potter, e possui algumas cenas violentas, mas
nada tão forte a ponto dele não ser encaixado no gênero. Nos momentos
sanguinolentos, algumas descrições são pesadas, outras sucintas.
É um ótimo livro, mas não
excelente e maravilhoso como todos dizem por aí. Mas como ainda é uma trilogia, quem sabe eu ainda não seja
surpreendido Só digo que vale a pena.
2 comentários
Oi Luis!
Jogos Vorazes..acabei conhecendo a obra recentemente...na verdade quando o filme lançou no cinema vi muitas criticas positivas á respeito porém só asssisti o filme poucos meses atrás.
Gostei muito da obra. Nada que tenha ficado fascinada (como aconteceu com a obra Deixa Ela Entrar) mas gostei de ver um romance juvenil um pouco mais "denso" (do tipo que Harry Potter foi nos últimos livros/filmes). Ainda não li o livro, muito embora o tenha aqui.Mas pretendo ver.
Acho que o que mais gostei na obra no primeiro momento foi a personagem Katniss e a música tema do filme...quanto á referência com Batlle Royale, pensei a mesma coisa.
Preciso te confessar...eu não suporto as garotas xiitas fãs de yaoi...a maioria delas são muito exageradas e sem noção.
Eu fiquei admirada com a anáçise do cara acerca da abertura de Death Note...eu mesma já havia nortado tais referências mas algumas realmente me foram uma surpresa. Informações do tipo em Naruto? Hum, nunca parei para pensar..sempre vi naruto mais como um barco de referências á outras obras de mangá. Uma obra que possui excelente amontoado histórico subtendido é Trinity Blood. E até mesmo Fullmetal Alchemist. Afinal, o Bradley foi criado á imagem de Hitler.
Uma obra que faz muitas referências filosóficas é Ergo Proxy..aquele é fantástico. Me ensinou a buscar minha razão de ser rs.
bjs